O bebê chegou, a confusão começou
Usar serviços de entrega, adiar visitas e conversar tornam mais tranquila a chegada do bebê.
A cena sonhada para os primeiros dias com o recém-nascido é da mãe
feliz, com seu filhote nos braços, serena e tranquila. Mas a real tem
muito mais a ver com uma casa bagunçada e cheia de itens novos como
fraldas, fraldinhas, cobertores e carrinho espalhados pelos cômodos.
Comida por fazer, louça por lavar, muito mais roupa suja no cesto e a
mãe cansada, insone e aborrecida porque metade do dia já se passou e ela
continua de pijama.
A chegada do bebê é o momento mais maravilhoso para as famílias, mas é
também um turbilhão do ponto de vista prático e emocional. A mulher não é
mais a gestante que foi por nove meses, mas ainda não veste suas roupas
de sempre e seu corpo ainda se recupera do parto, por isso o cansaço e
algumas dores podem aparecer. O marido, por sua vez fica um pouco
perdido no novo cenário em que a atenção agora é toda do novo morador e,
para tumultuar mais um pouco, as visitas não param de chegar, exigindo
disposição dos pais.
Mas o que ela faz o dia inteiro?
Quem não tem filhos se pega com a pergunta em mente. Como assim a mulher
fica o dia inteiro em casa e não dá tempo de fazer nada? Bom, digamos
que o bebê demanda cerca de 6 horas sendo amamentado, se considerarmos
que cada mamada dura em média 30 minutos e ele mama até 12 vezes por
dia. Sem contar que ele usa, em média, 10 fraldas. As trocas de roupas
são necessárias sempre que uma peça suja de xixi, cocô ou leite.
Eventualmente, é preciso agasalhar ou refrescar em função da mudança de
tempo. Pronto, lá se foram quase oito horas do dia. O resto do tempo a
mãe usa para tomar banho, comer e, com muita sorte, dormir. Realmente
não sobra muito para administrar a rotina da casa ou outras atividades.
Isso quando não há outros filhos esperando sua atenção! Como a rotina de
mamadas e trocas acontece também durante à noite, é normal que a mãe
fique exausta durante o dia. Frequentemente, surgem choro e irritação.
Por isso, é muito importante que tanto a mulher quanto o marido tenham
paciência e procurem se poupar, revendo prioridades e reorganizando o
esquema doméstico.
Telefone e internet: os melhores amigos da mãe
Não dá tempo para ir às compras? Há ótimas opções de supermercados e
sacolões que entregam em casa. O importante é continuar se alimentando
bem, por causa da amamentação. Quer fazer a unha? Ligue no salão do
bairro e peça para a profissional atendê-la você em casa, enquanto o
bebê dorme. Acabaram as fraldas? Corra para o telefone ou internet. Não é
difícil encontrar o serviço delivery e você pode, inclusive, pagar mais
barato do que nas farmácias. Não sabe o que servir para as visitas? Com
certeza, seus amigos apreciarão uma boa pizza. Uma ótima ideia é
abastecer o freezer com salgados congelados ou pão de queijo, que salvam
quando alguém aparece na última hora. Uma alternativa para simplificar é
reunir vários amigos. Dessa forma, em vez de receber um casal no sábado
de manhã, aquela amiga do trabalho no período da tarde e parentes à
noite, você convida todos para virem em um mesmo dia e prepara algo
prático como um lanchinho da tarde ou café da manhã. Assim, conseguirá
receber no horário mais conveniente para a rotina do bebê e terá mais
tempo para descansar depois. Sim, descansar deve ser uma prioridade para
os pais do recém-nascido, pois, quanto mais dispostos, melhor cuidam do
pequeno.
Antes de tudo, a amamentação
A mãe pode até ficar agoniada quando percebe que não consegue sair para
arrumar o cabelo, ir à academia ou tomar um café tranquila. E não
conseguirá mesmo. No primeiro mês, a maratona das mamadas é intensa e os
horários confusos, então fica difícil fazer qualquer coisa com hora
marcada. A saída é começar com uma atividade física leve, como
caminhada, em que o bebê pode acompanhar no carrinho. O principal é
relaxar e entender que esta fase passa, e rápido. Ao mesmo tempo em que
a amamentação vai consumir seu tempo e energia, pode ser também a porta
de entrada para uma boa conversa, em grupos de apoio, com uma amiga ou
mesmo uma profissional. A psicóloga e consultora em amamentação Bianca
Balassiano explica como o diálogo é importante: "Hoje em dia, as
consultas médicas são muito rápidas. Gestação e pós-parto são períodos
muito especiais em nossa vida, mas que podem ser apavorantes. Surgem
inseguranças, é um momento caracterizado por regressão emocional,
tristeza, ambiguidade, portanto o apoio é essencial. Muitas mulheres
acabam procurando os grupos e tem experiências maravilhosas ao trocar
com outras que estão na mesma situação. Mas outras não conseguem sair de
casa com tanta facilidade, e isso acaba dificultando seu resgate do
furacão que é o puerpério. Então uma escuta individualizada e com
atenção pode ajudar as mulheres inclusive na experiência da
amamentação".
A psicóloga conclui com praticidade: "pouco importa se a casa está suja,
se as visitas tomaram café ou se a louça está lavada. Nesse momento a
formação do vínculo e o bem-estar da mãe e do bebê são prioridades
máximas".
Fonte: bebe.com
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