SAÚDE investiga os motivos que levam o corpo da mulher a sucumbir facilmente a doenças.
No mundo da medicina, o organismo masculino
sempre foi o default. Durante séculos, pesquisadores o tiveram como
parâmetro para a saúde do ser humano. Mas de uns anos para cá esse
panorama tem se modificado. Como se de uma hora para outra tivessem
descoberto o óbvio, cientistas perceberam que as diferenças entre homens
e mulheres vão muito além de mamas, gogó e, claro, zona abaixo do
equador. Graças a estudos cada vez mais detalhados sobre a saúde delas,
os especialistas estão chegando à conclusão de que as descendentes de
Eva são, em certas situações, frágeis, extremamente frágeis.
"É que alguns hormônios femininos, como a prolactina, afetam o sistema imunológico feminino, deixando-o mais vulnerável a doenças", esclarece o psicólogo Esdras Guerreiro Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. E essa lista não é pequena. Vai de depressão a males autoimunes.
Por outro lado, como seu corpo é constantemente maltratado pelos próprios hormônios, é ensinado, à força, a lidar melhor e reagir contra enfermidades. "Elas adoecem mais. No entanto, têm uma chance muito maior de se curar de quase qualquer problema quando comparadas aos homens", afirma Guerreiro Vasconcellos.
Tratamentos e medicações devem ser especiais para elas?
Em alguns casos, sim. Uma quantidade mínima de miligramas a mais ou a menos de hormônios no corpo já pode fazer uma baita diferença na saúde - ou na falta dela. Existem remédios que às vezes desregulam a produção hormonal nas mulheres, e por isso o uso de qualquer medicamento que, por um motivo ou por outro, altere esses níveis deve ser estudado com cuidado. Daí a importância de sempre conversar com o médico. Agora, tratamentos físicos, como fisioterapia, podem ser aplicados em homens e mulheres sem medo, mas tendo sempre em mente que o importante é respeitar a resistência de cada um.
O sexo é a melhor estratégia reguladora de hormônios nelas - níveis equilibrados diminuem o risco de algum problema de saúde aparecer.
"É que alguns hormônios femininos, como a prolactina, afetam o sistema imunológico feminino, deixando-o mais vulnerável a doenças", esclarece o psicólogo Esdras Guerreiro Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. E essa lista não é pequena. Vai de depressão a males autoimunes.
Por outro lado, como seu corpo é constantemente maltratado pelos próprios hormônios, é ensinado, à força, a lidar melhor e reagir contra enfermidades. "Elas adoecem mais. No entanto, têm uma chance muito maior de se curar de quase qualquer problema quando comparadas aos homens", afirma Guerreiro Vasconcellos.
Tratamentos e medicações devem ser especiais para elas?
Em alguns casos, sim. Uma quantidade mínima de miligramas a mais ou a menos de hormônios no corpo já pode fazer uma baita diferença na saúde - ou na falta dela. Existem remédios que às vezes desregulam a produção hormonal nas mulheres, e por isso o uso de qualquer medicamento que, por um motivo ou por outro, altere esses níveis deve ser estudado com cuidado. Daí a importância de sempre conversar com o médico. Agora, tratamentos físicos, como fisioterapia, podem ser aplicados em homens e mulheres sem medo, mas tendo sempre em mente que o importante é respeitar a resistência de cada um.
O sexo é a melhor estratégia reguladora de hormônios nelas - níveis equilibrados diminuem o risco de algum problema de saúde aparecer.
Depressão: a ala feminina corre duas vezes mais risco de sofrer com o problema
Elas são mais suscetíveis a sucumbir à tristeza sem fim.
Hipóteses variadas explicariam essa tendência. "O estrogênio é um
hormônio que tem ação antidepressiva", enumera o psiquiatra Joel Rennó
Jr., do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Em algumas mulheres, a queda abrupta de seus níveis pode torná-las mais
propensas a ter depressão." Os dias que antecedem a menstruação, o
pós-parto e a transição para a menopausa são os períodos críticos de
oscilação hormonal.
Tireoide: a proporção é de cinco mulheres para cada homem com o problema
Ela é a famosa glândula em forma de borboleta que fica na base
do pescoço. Responsável por controlar o metabolismo do corpo, regula
peso, temperatura e crescimento muscular, só para citar alguns fatores.
"A doença tireoidiana mais comum entre as mulheres acima dos 30 anos é o
hipotireoidismo", explica o endocrinologista Alexandre Hohl, da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. "Elas têm uma
predisposição genética à queda da produção hormonal na glândula",
completa. Entre os sintomas estão constipação, cansaço e ganho de peso.
Outro elemento que influencia o funcionamento da tireoide é o consumo de
iodo. Tanto o excesso quanto a carência são maléficos. Além do sal de
cozinha - bastam 4 gramas por dia -, peixes e frutos do mar fornecem o
mineral.
Coração: a proporção é de duas fatalidades em mulheres para cada homem
O peito delas sofre - e muito - com infartos. "Ainda não
sabemos o motivo, mas, apesar de ser mais frequente em homens, o
problema apresenta maior gravidade nas mulheres", lamenta o
cardiologista Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula, em
São Paulo. Talvez isso se deva ao fato de que 30% das vítimas desse mal
cardíaco experienciam sintomas atípicos - como dor nas costas ou no
estômago, que chega a ser confundida com gastrite - e, por isso, não
reconhecem o perigo logo de cara.
Constipação: a proporção é de quatro mulheres para cada homem com o problema
A mulherada sofre mais com esse desconforto porque o estrogênio
- ele de novo - lentifica o trabalho do intestino. "Além disso, a
musculatura intestinal enfraquece com o avançar da idade, e isso piora
ainda mais a prisão de ventre", explica o gastroenterologista Flávio
Quilici, da Federação Brasileira de Gastroenterologia. Mas existem
maneiras de amenizar o incômodo. Um prato cheio de fibras e iogurtes
probióticos ajudam. Mas o mais importante é ir ao banheiro toda vez que
sentir vontade em vez de esperar para chegar em casa.
Doenças autoimunes: a proporção é de nove mulheres com lúpus para cada homem
Existem mais de 100 doenças causadas pelas próprias células de
defesa do corpo. O sistema imunológico passa a encarar os tecidos do
organismo como intrusos e os atacam sem piedade. "As variações hormonais
influenciam diretamente no aparecimento desses distúrbios", esclarece o
reumatologista Fernando Neubarth, do Hospital Moinhos de Vento, em
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Entre todos os tipos, o que mais
atinge as mulheres é o lúpus eritematoso sistêmico (lES), doença que
acomete pele, articulações e, em casos mais graves, órgãos vitais, como
rins e coração. "A instabilidade emocional, o estresse crônico e a
exposição exagerada ao sol também estimulam o aparecimento de lesões
pelo corpo", alerta o especialista.
Joelhos: a proporção é de duas mulheres com problemas nessa articulação para cada homem
As portadoras da dupla de cromossomos XX apresentam mais
problemas no joelho do que os que carregam os cromossomos XY. É que o
alinhamento das pernas femininas, veja que coincidência, forma um X, com
os dois joelhos voltados para dentro. "Isso acontece porque a bacia
delas é naturalmente mais larga, por causa do parto", conta o
ortopedista Paulo Henrique Araujo, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia. A consequência é a sobrecarga da patela, com desgaste da
cartilagem e dores na articulação.
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