Entenda por que imunizar apenas seu filho não é suficiente para protegê-lo contra vírus comuns na infância.
Embora sejam mais comuns na infância, viroses como catapora, sarampo,
rubéola, caxumba e hepatite A também acometem os mais velhos, que podem
tanto transmiti-las às crianças como contraí-las. Por isso, adultos que
mantêm contato com bebês têm um motivo a mais para estar com a carteira
de vacinação em dia. A blindagem imunológica vale para babás, avós,
tios, professores e, claro, os próprios pais.
Quais as viroses típicas da infância que os adultos também podem contrair?
Pessoas que não foram vacinadas, ou nunca tiveram contato com uma ou
mais viroses típicas da infância, correm o risco de contrair varicela
(catapora), sarampo, rubéola, caxumba e hepatite A, além de gripe.
Por que os adultos que cuidam de crianças devem se vacinar contra esses vírus?
Todo adulto deve estar com a vacinação em dia. Aqueles que convivem com
bebês têm um motivo a mais. É que a criança só completa a vacinação
básica por volta dos 4 anos, quando recebe as doses de reforço de
varicela e tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Antes disso,
mesmo imunizada, ela pode se infectar se entrar em contato com uma
pessoa doente. No caso da hepatite A, a vacinação só está completa no
segundo ano de vida do bebê – desde que a primeira dose seja dada logo
após o primeiro aniversário. O risco é ainda maior entre os prematuros,
que têm mais chances de apresentar complicações ao contrair essas
viroses, sobretudo nos primeiros seis meses de vida.
Qual a diferença dos efeitos das doenças na criança e no adulto?
Essas infecções podem se apresentar de maneira mais grave no adulto, em
comparação com a criança. Isso acontece porque a resposta imunológica
do adulto a essas doenças é mais intensa, principalmente no caso da
catapora, do sarampo e da hepatite A.
Quais as características e a gravidade de cada uma delas no adulto?
A catapora se caracteriza, basicamente, por erupções generalizadas na
pele. É rara em adultos, mas pode ser grave, levando até à pneumonia. O
sarampo deixou de ser uma doença perigosa no Brasil por causa da
vacinação. Também provoca erupções e manchas na pele, entre outros
sintomas. São esporádicos os casos em adultos. A rubéola é uma doença
com progressão benigna, ou seja, pouco perigosa. Deixa marcas no corpo.
Seu principal risco é a infecção durante a gestação, que pode levar a
problemas sérios, como aborto, parto prematuro e malformação. Já a
caxumba, caracterizada, principalmente, pelo inchaço das glândulas
parótidas – que ficam entre a orelha e a face –, pode ocasionalmente
provocar danos mais sérios nos homens, como inflamação nos testículos
(orquite) e até a perda de fertilidade. A hepatite A costuma ser mais
sintomática no adulto, tanto no início da doença, com febre, mal-estar e
desconforto abdominal, entre outros efeitos, como no final, com
iceterícia (olhos amarelados).
Quem já se vacinou na infância precisa tomar reforço com que periodicidade?
Caso o cartão de vacinas indique duas doses para tríplice viral,
varicela (catapora) e hepatite A, não há a necessidade de reforço. Mas é
importante checar se as duas doses foram realmente aplicadas, uma vez
que o programa brasileiro de vacinação não tem 40 anos de existência. A
vacina da catapora, por exemplo, só foi disponibilizada na rede privada
há menos de duas décadas e ainda não está na rede pública. Seja como
for, muitos adultos, principalmente com mais de 40 anos, se tornaram
imunes a doenças como sarampo, rubéola, caxumba, catapora e hepatite A
ao ter contato com o vírus na infância.
Quais outras vacinas os adultos devem tomar?
Adultos devem tomar dose única de vacina contra meningococo C, reforço
da tríplice bacteriana, tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche -
dpaT) e a imunização contra influenza anual conjugada (H1N1 + influenza
sazonal). A gripe e a coqueluche são particularmente perigosas para
bebês muito pequenos, em especial recém-nascidos.
Antes da imunização, é preciso fazer algum exame?
Mulheres que pretendem engravidar devem fazer exame de sangue com
sorologia para verificar sua imunidade contra rubéola, doença que pode
comprometer o desenvolvimento do feto. A sorologia para hepatite A
também pode ser feita por qualquer um, embora a vacinação não acarrete
nenhum problema em quem já é imune. No caso de sarampo e caxumba,
pode-se comprovar a presença do vírus, por sorologia, ou a imunidade,
por vacina. Já no caso da catapora, somente o médico da família ou o
cartão de vacinas pode confirmar a imunidade. Agora, para quem não tem
carteira de vacinação, está em dúvida se teve ou não as doenças e perdeu
contato com seus médicos da infância, a recomendação é fazer a
vacinação completa.
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