terça-feira, 7 de agosto de 2012

Onde o bebê vai dormir?

Pediatras americanos recomendam que recém-nascidos durmam no quarto dos pais, mas o assunto divide opiniões no Brasil.

No início deste ano, a Academia Americana de Pediatria recomendou que os pais colocassem o berço no quarto do casal até, pelo menos, o sexto mês de vida. A diretriz está longe de ser uma unanimidade aqui no Brasil, onde os pais, de acordo com suas possibilidades e com as recomendações dos pediatras, experimentam o descanso de várias formas.

Embora a maioria das famílias comece a montar o quartinho ainda na gravidez, na prática, descobre outras formas de passar as noites com o novo morador. Muitas mães que amamentam escolhem a cama compartilhada, para praticidade da dupla, eliminando o cansativo vaivém durante à noite. Nesse método, o bebê dorme na cama dos pais. A vantagem, segundo as mães, é a praticidade na hora de atendê-lo durante a noite, e sentirem que seus filhos dormem mais tranquilos, com menos choro na madrugada. E a desvantagem? Mariana Lettis, 37 anos, assessora de comunicação, que dorme com seu filho Esteban, de 3 anos, desde que ele era recém-nascido, revela: "o ponto negativo são os xixis noturnos, que, às vezes, escapam e molham a cama".


Há quem seja contra e argumente que a criança pode ficar mal-acostumada e jamais consiga dormir sozinha. Os pais que usam essa opção afirmam que, conforme ela amadurece, naturalmente vai migrando para seu próprio espaço, sem traumas. Sobre o risco de injúrias ao bebê, o pediatra e neonatologista Gabriel Ventura, da Universidade de São Paulo, desmistifica: "não vejo como uma mãe poderia esmagar seu filho dormindo e não perceber, o que acontece é que, às vezes, não fica muito confortável para todos uma única cama de casal".


O berço colocado no quarto dos pais ou o moisés (aquele cestinho de vime, tecido ou madeira) pode ser uma boa solução. Mantidos próximos à cama dos pais, oferecem conforto ao bebê, praticidade na amamentação, sem aperto para acomodar o trio. Carla Raiter Paes, fotógrafa, 30 anos, começou dormindo junto ao filho Gael. Quando ele completou 10 meses, resolveu adaptar: "percebi que ele dormia melhor em um espaço separado. Improvisamos um canto pra ele com colchão em nosso quarto e ficou excelente".


Dr. Gabriel Ventura concorda que o bebê precisará, sim, em algum momento, ter o seu espaço, mas explica: "não precisa ser de imediato, é natural que a mãe queira estar próxima ao filho e não há nada de grave em dormirem próximo". Para ele, a decisão é da mãe: "quem deve decidir onde ficará o bebê recém-chegado em casa é a mãe, que intuitivamente, é a pessoa mais indicada para essa escolha também por questões de praticidade e de tranquilidade. Acho também que após um tempo variável, que depende de cada um, o bebê deve ter seu canto aconchegante, onde reconhece seu cheiro e se sente bem, como o berço".


Algumas mães ainda se sentem mais tranquilas com o tradicional bebê no bercinho do quarto ao lado. Karin Araújo, fotógrafa, 31 anos, conta que seu filho, Pedro, de 2 anos, dorme sozinho desde a primeira semana de vida. "Ele nasceu no auge do verão, no meu quarto só cabia o carrinho e lá ficava muito quente, então logo Pedro ficou sozinho no berço. Para mim foi ótimo, só era um pouco chato ter de levantar para amamentar, e para isso usávamos a poltrona".


Os pais podem se permitir experimentar, testar o que funciona melhor por algumas noites, antes de optar por um esquema, ou mesmo mudar o método conforme a criança vai crescendo. O importante é que cada família encontre a maneira que torna suas noites mais repousantes, sem neuras ou culpas, para que os dias sejam mais alegres e produtivos.


Este lado para cima

Se o local pode variar, a forma é uma só: bebê de barriga pra cima, posição mais recomendada para evitar Síndrome da Morte Infantil Súbita, SMIS, (aquela em que bebês saudáveis morrem dormindo, sem explicações). Dr. Gabriel Ventura enfatiza: "a recomendação atual é decúbito dorsal (de barriga para cima), visando reduzir a incidência de morte súbita".  


Fonte: bebe.com

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