A barreira natural do corpo é mais sensível nos
pequeninos, o que deixa a guarda aberta para problemas como brotoejas,
dermatites, micoses, entre outros. Mas medidas simples ajudam a
afastá-los.
Os especialistas costumam definir a pele como a porta de entrada do
organismo. Mas, leva um tempo até que ela adquira a maturidade
imunológica e a espessura necessárias para interceptar intrusos e
resistir às agressões do ambiente. Por isso, os recém-nascidos são tão
vulneráveis à ação de produtos de higiene, ao calor e aos micróbios que
se proliferam na umidade das fraldas, entre outros fatores. Sem contar
que, “ao nascer, a criança entra em contato com hormônios maternos
concetrados na placenta, o que pode favorecer o surgimento da dermatite
seborreica e da acne neonatal, por exemplo”, acrescenta o dermatologista
Francisco Le Voci, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
(Leia mais informações sobre cada doença, abaixo).
Pele do bebê protegida
Por essas e outras razões, é importante se antecipar ao incômodo e
poupar a cutis do bebê das condições que propiciam complicações. “Os
banhos devem ser rápidos, mornos e com pouco sabonete. Evite o uso de
lenços umedecidos, lavando o bumbum com algodão e água morna.
Hidratantes próprios para bebês são bem-vindos”, aconselha a
dermatologista Samar Harati, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São
Paulo. Essas estratégias, segundo ela, preservam a hidratação natural da
pele, tornando-a mais resistente a irritações, alergias ou infecções.
As trocas de fralda também precisam ser foco de atenção. “Elas devem ser
realizadas a cada três horas ou imediatamente, se estiver com cocô. E
utilize, sempre, uma pomada de barreira”, orienta Samar.
Aleitamento
Amamentar exclusivamente, até os seis meses de vida, é outra forma de
reforçar as defesas do seu filho. “Isso porque os anticorpos da mãe são
transmitidos à criança por meio do leite materno”, justifica Le Voci.
Roupinhas do pequeno
Em relação às roupinhas, dê preferência ao algodão, evitando lãs e
tecidos que retenham o suor. Lembre-se de que a umidade é um prato cheio
para os germes. E nada de exagerar nos agasalhos. A sensação térmica do
filhote não é muito diferente da sua. Enrolá-lo em duas cobertas numa
tarde quente seria exagerado. Se a temperatura for de 30 graus, por
exemplo, você pode deixá-lo com uma camiseta de manga curta.
Crianças maiorzinhas
No grupo das crianças maiores, as situações que colocam a pele em risco
são outras, assim como as medidas de prevenção. “Elas costumam se
infectar no ambiente coletivo de creches e escolas. O contágio
geralmente ocorre por contato direto ou em tanquinhos de areia, que são
focos de fungos, bactérias e protozoários. Por isso, a recomendação é
ficar longe deles”, avisa Samar. Além dos hábitos de higiene
corriqueiros, Francisco Le Voci aconselha que os pais sempre examinem o
corpo da criança, ao final do dia. “Observe a pele, as unhas e as
partes íntimas. Assim, será possível detectar eventuais lesões em
estágio inicial”, propõe.
Conheça, agora, as doenças de pele infantis mais comuns. E, se
apesar de todo o zelo, seu filho aparecer com um probleminha desses,
saiba o que fazer:
Acne neonatal
Fase em que é mais comum
Recém-nascidos
Características
A obstrução dos poros causa inflamações na pele caracterizadas por
erupções superficiais. Normalmente aparecem no rosto e no tronco.
Tratamento
Nunca espremer. Lavar o rosto com água e sabão neutro, depois secar.
Aplicar protetor solar infantil para evitar manchas. Especialista pode
indicar esfoliação da pele e uso de antibióticos tópicos.
Assaduras ou dermatite de fralda
Fase em que é mais comum
Bebês e crianças obesas de até 6 anos
Características
Inflamações na pele causadas principalmente por alergias ou acúmulo de
calor e umidade promovido pela fralda ou falta de higienização adequada,
principalmente nas dobras. Provocam ardência, irritação e coceira.
Tratamento
Limpeza com água abundante e sabão neutro para retirar suor, urina e
fezes. Manter a pele seca e arejada, com troca frequente de fralda.
Deixar o bebê de 15 a 30 minutos sem fralda, sob o sol. Meninas devem
usar calcinha de algodão de dia, dormir sem calcinha à noite, receber
supervisão ao se higienizar e vestir saias, em vez de roupas apertadas.
Nada de pomadas. Alguns cremes vitaminados são bastante utilizados, pois
criam filme de proteção entre a pele e os agentes agressores.
Caspa ou dermatite seborreica
Fase em que é mais comum
Recém-nascidos e bebês
Características
Surgimento, principalmente no couro cabeludo, de pequenos flocos
brancos e oleosos, associados ou não a coceira. Pode ser desencadeada
pelo contato com hormônios maternos da placenta, no momento do parto.
Tratamento
Usar óleo de amêndoas antes do banho para auxiliar na remoção das
crostas, debaixo do chuveiro. Se não surtir efeito, um médico deve ser
procurado para recomendar medidas específicas.
Dermatite atópica
Fase em que é mais comum
Bebês e crianças
Características
Pele seca, inflamação e coceira, além de vermelhidão e erupções na pele caracterizadas por uma espécie de reação alérgica.
Tratamento
Banhos rápidos e com uso de sabonete neutro, que devem ser aplicados,
somente, nas áreas mais sujas. Após banhos, passar hidratantes neutros.
Manter uma alimentação saudável, com diminuição de alimentos com
corantes e conservantes, além de refrigerantes e doces. Dependendo do
aspecto das lesões, que devem ser avaliadas por especialistas, eles
podem prescrever o uso de cremes, loções, sabonetes neutros e compressas
úmidas.
Brotoejas
Fase em que é mais comum
Bebês
Características
O bloqueio das glândulas do suor provoca o aparecimento de bolinhas
esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, causando irritação e coceira.
Tratamento
Aplicação de maisena e compressas de água fria. É essencial evitar o
uso de substâncias que impeçam ou atrapalhem a transpiração. O ideal é
manter uma temperatura confortável e um ambiente refrescante, com roupas
leves.
Micoses
Fase em que é mais comum
Ocorre em qualquer idade
Características
Surgimento de infecções de pele incômodas e resistentes, principalmente
nas dobras do corpo e regiões de fralda, causadas por fungo.
Tratamento
Manter região de dobras e fraldas secas. Especialista pode prescrever a
utilização de pomadas. O tratamento costuma ser relativamente demorado.
Piolho ou pediculose
Fase em que é mais comum
Infância
Características
Coceira intensa no couro cabeludo; surgimento de lêndeas, os ovinhos da fêmea do piolho, no cabelo.
Tratamento
Aprimorar a higiene pessoal. As loções e xampus disponíveis sem
prescrição médica são razoavelmente eficazes, embora a resistência a
tais produtos esteja crescendo.
Impetigo
Fase em que é mais comum
Infância, dos 4 aos 7 anos
Características
Causada pelas bactérias estreptococos ou estafilococos, manifesta-se na
forma de uma lesão arredondada e com pus. “Geralmente, o impetigo ataca
as regiões que possuem orifícios, como boca, nariz e ânus. Os
principais sintomas são coceira, dor e, eventualmente, febre.
Tratamento
À base de antibióticos.
Molusco contagioso ou verruga
Fase em que é mais comum
Infância, de 1 a 5 anos
Características
Trata-se de uma doença viral, provocada pelo poxvírus, e é transmitida
por contato direto, já que, nessa idade, as crianças compartilham
brinquedos e tanques de areia. . O problema se manifesta em forma de
bolinhas duras, claras, com o aspecto de bolha. Leve seu filho ao
dermatologista assim que notar a primeira verruga. Dessa maneira,
evita-se que elas se espalhem pelo corpo.
Tratamento
Consiste em curetagem (raspagem) ou cauterização e deve ser indicado por um especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário