sexta-feira, 13 de julho de 2012

10 perguntas e respostas sobre fertilidade

 

 Para atenuar a ansiedade da espera pela cegonha, montamos um verdadeiro dossiê sobre concepção. Ele irá ajudá-la a esclarecer suas dúvidas e contornar inseguranças enquanto o sonho da maternidade não se concretiza.
  
1. Estou tentando engravidar. Quando devo procurar um médico? 

“Um casal saudável, que mantém relações sexuais regulares, pelo menos de 2 vezes por semana, tem cerca de 25% de chance de engravidar a cada ciclo ovulatório”, estima o ginecologista Mario Cavagna, da Comissão de Reprodução Humana da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Na prática, isso significa que um ano é um prazo razoável para aguardar a boa nova sem suspeitar de um problema defertilidade. Essa é a orientação da Organização Mundial de Saúde desde que, obviamente, não haja sintomas ou histórico de doenças que justifiquem antecipar a visita ao médico.
“Irregularidade menstrual, infecções pélvicas, dor durante o sexo, assim como episódios de caxumba ou varicocele no parceiro merecem podem dificultar a concepção e por isso pedem uma avaliação imediata”, avisa o obstetra Cesar Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia de São Paulo.
Aos 35 anos, a taxa de fertilidade feminina cai. Por isso, caso não engravidem em 6 meses, as mulheres já devem procurar um especialista e checar se está tudo em ordem para a chegada do bebê.

2. O estresse dificulta a gravidez?

“Evidências científicas mostram que o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, de drogas, a obesidade e o estresse podem comprometer a capacidade reprodutiva”, alerta Cavagna.
Segundo o médico, os nervos à flor da pele impactam no sistema límbico, área do cérebro onde se processam as emoções. E ele se localiza bem próximo ao hipotálamo, região que comanda a liberação de hormônios envolvidos na ovulação, o FSH e o LH.
O recado é claro: em vez de se deixar consumir pela ansiedade, as mulheres que pretendem engravidar devem investir na prática de exercícios físicos e atividades de relaxamento, como ioga ou Pilates. Esbanjar quilos extras é outro entrave para as futuras mães.
“O tecido adiposo, aquele repleto de células de gordura, produz hormônio feminino, o estrogênio. Há indícios de que, em alguns casos, isso desequilibre a produção natural”, justifica Cavagna.
Mais um motivo para abandonar o sofá e mexer o corpo. 

3. Quem sempre tomou pílula anticoncepcional tem mais dificuldade para engravidar?

 Se você sempre tomou pílula anticoncepcional, talvez precise de um pouquinho mais de paciência. “Algumas mulheres podem demorar de um a três meses para que a fertilidade se restabeleça”, avisa Cavagna. Porém, essa não é a regra. Em geral, a ovulação costuma ser recuperada logo que a medicação é interrompida. 

4. Por que quem tem a intenção de engravidar deve tomar ácido fólico?

Essa vitamina, também conhecida como B9 e folato, é pré-requisito para quem pretende gerar um filho. Ela previne malformações e participa do desenvolvimento do sistema nervoso do feto, principalmente nas primeiras semanas de gestação.
Segundo a nutricionista Renata Cristina Gonçalves, de São Paulo, deve-se iniciar a suplementação do nutriente três meses antes da gravidez e mantê-la até a barriga completar o primeiro trimestre. Sob orientação médica, claro. 

5. Por que a fertilidade feminina vai diminuindo com o passar dos anos?

Ao contrário dos homens, cuja produção de espermatozoides acontece o tempo todo, a mulher nasce com uma quantidade estabelecida de aproximadamente 1 milhão de óvulos e os perde com o passar dos anos.
Quando menstrua pela primeira vez, este número já está reduzido a cerca de 400 mil. A qualidade dessas “unidades reprodutivas” também sofre a ação do tempo.
Tudo isso faz com que a probabilidade de engravidar a cada ciclo ovulatório entre em declínio à medida que a idade avança, conforme mostra o gráfico: 

 


6. E se eu não conseguir engravidar em um ano?

Espera-se que, no prazo de 12 meses, 85% dos casais em idade fértil consigam encomendar o novo membro da família.
Caso a empreitada não seja bem-sucedida, é provável que
um dos parceiros ou ambos se enquadrem no grupo
de 10 a 15% da população adulta com
problemas de infertilidade.
Não há, porém, motivo para entregar os pontos. Grande parte desses distúrbios é reversível e ainda existe a possibilidade de recorrer à reprodução assistida. 

7. Quais são as primeiras providências? 

Para viabilizar a gravidez, é essencial que não só a mulher mas também o homem encare um check-up médico.
Dados internacionais mostram que 40% dos casos de infertilidade do casal se devem a alterações masculinas; 40%, femininas e, em 20% das situações, o distúrbio é compartilhado.
Por isso, convença seu parceiro sobre a importância de se submeter à avaliação. 

8. Como identificar e tratar a infertilidade masculina?

Dosagem hormonal, exame clínico e um espermograma estão entre os testes de praxe.
O objetivo é verificar se o candidato a pai produz espermatozoides em concentração, motilidade e morfologia adequados para que a fecundação ocorra.
Algumas das falhas na fabricação de gametas têm solução cirúrgica. Outras, infelizmente, não. Mas há casos em que a reprodução assistida consegue dar uma forcinha aos espermatozoides mais espertos entre os preguiçosos, como explicaremos adiante. Acesse o link para mais informações sobre infertilidade masculina. 

9. Quais as principais causas de infertilidade feminina?

Entre as mulheres, uma série de disfunções hormonais e funcionais podem estar por trás da dificuldade de conceber um filho.
“Entre as mais frequentes, estão a endometriose, crescimento anormal do tecido que reveste o útero, para fora dessa cavidade”, explica César Eduardo Fernandes.
“A Síndrome dos Ovários Policísticos, distúrbio em que há aumento na produção de hormônios masculinos, também afeta a ovulação”,
Ele acrescenta que problemas nas trompas e infecções pélvicas como clamídia e gonorréia, podem promover uma obstrução que requer cirurgia para recuperar a capacidade fértil da mulher.
Desequilíbrios hormonais provocados por hipotireoidismo, tumores de hipófise, entre outros, completam a lista de obstáculos que precisam ser tratados previamente.
Se houver suspeita, o médico pode lançar mão de exames que ajudam a flagrar o verdadeiro culpado. Leia mais sobre os principais testes. 

10. Será que devo recorrer à reprodução assistida?

A reprodução assistida é a maior esperança de aumentar a família, no caso de insucessos consecutivos na concepção natural, seja por impedimentos fisiológicos, seja devido à idade avançada. Mulheres mais jovens têm até 50% de chance de engravidar no primeiro tratamento.
Aos 40 anos, a probabilidade cai para 20% e continua declinando a partir daí. Existem critérios bem definidos para a eleição de cada método. Fique por dentro e discuta com seu médico qual o mais apropriado para você: 

Inseminação artificial:

Depois da coleta do sêmen pelo próprio homem, os espermatozoides são preparados em laboratório e, no período de ovulação, injetados dentro do útero. 

O objetivo dessa técnica é promover o encontro do gameta masculino com o óvulo, driblando eventuais barreiras no aparelho reprodutor da mulher e melhorando a agilidade dos espermatozoides. 

"Embora esse tratamento seja menos invasivo e mais barato do que uma fertilização in vitro, ele é não é tão eficaz e requer uma boa permeabilidade tubária da mulher, além de espermatozoides de qualidade e quantidade aprovadas em um teste prévio de laboratório", ressalva Mario Cavagna. 

Indução de ovulação:
Consiste na administração de hormônios femininos injetáveis ou orais, com o objetivo de estimular a liberação do óvulo. 

Por meio de ultrassonografia, é possível monitorar a resposta dos ovários aos estímulos. É indicado em situações de falhas na ovulação.

 Fertilização in vitro (FIV):

A mulher que opta por essa técnica precisa enfrentar quatro etapas. Primeiro, recebe medicamentos para estimular a ovulação. 

Em seguida, o especialista aspira os óvulos, por meio de uma agulha introduzida no canal vaginal, com anestesia local e sedação. 

Paralelamente, os espermatozoides são colhidos. Depois de analisá-los e prepará-los, o cientista fertiliza o óvulo em laboratório. 

Se o procedimento for bem-sucedido, o embrião é transferido para o útero. O método é indicado em casos de problemas nas trompas, como sequelas de infecções ou endometriose, e para pacientes que foram submetidas à laqueadura. 

Como pré-requisitos, pelo menos um ovário deve responder à indução da ovulação e a cavidade uterina precisa estar íntegra.

Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI):

Trata-se de uma estratégia complementar, que visa ampliar as chances de sucesso da fertização in vitro.
É recomendada quando o homem apresenta algum comprometimento grave da fertilidade, como baixa quantidade de espermatozoides ou ausência deles no esperma (nesse caso, o especialista tenta extrair as células diretamente do testículo). 

Em seguida, os gametas são selecionados e o mais potente é introduzido diretamente, por meio de uma finíssima agulha, no óvulo. Depois de formado o embrião, segue-se o processo padrão de FIV.


Fonte: bebe.com

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