Tudo o que você precisa saber para manter seu filho longe
do bisfenol A
Todos os produtos de plástico são feitos de BPA?
Não. Somente os produtos plásticos que possuem
policarbontato em sua constituição podem ter o bisfenol A. Aqueles que são
formados por polipropileno não possuem a substância.
Além dos feitos de plástico, é possível encontrar BPA em outros produtos?
Sim. O bisfenol A também pode ser encontrado no
revestimento interno de latas que condicionam os alimentos, como as de
refrigerante, leite em pó ou comidas enlatadas.
Como o alimento pode ser contaminado pelo BPA?
Como o bisfenol A é uma molécula muito instável, mudanças de temperatura, em especial quando o produto é levado ao congelador ou ao micro-ondas, aceleram o processo de contaminação. Embalagens amassadas, rompidas, danificadas ou velhas também devem ser evitadas ou jogadas no lixo. A contaminação também pode acontecer com mudanças de temperatura mais tímidas e danos menores.
Devemos nos preocupar apenas com a contaminação dos alimentos?
Embora a contaminação de alimentos por BPA seja a
principal causa da exposição ao composto, é preciso também evitar a utilização
de brinquedos com BPA para crianças muito pequenas, que costumam levar tudo à
boca.
Como descobrir se um produto tem ou não BPA?
Procure um símbolo "Bisfenol free" ou "BPA
free" no rótulo do produto: ele indica a ausência do composto. No Brasil,
porém, os produtores não são obrigados a imprimir um selo nos produtos avisando
os consumidores se há ou não BPA na composição das embalagens plásticas. É
possível saber disso ao olhar o símbolo da reciclagem no rótulo: se
dentro dele houver os números 3 ou 7, pode ser que tenha BPA no produto.
Esses números fazem parte de um código de reciclagem e não significam presença
de BPA (mas todos os produtos com BPA pertencem a alguma dessas categorias). Se
restar alguma dúvida, opte por mamadeiras de vidro.
Há algum limite estabelecido sobre a quantidade de bisfenol A permitida em produtos?
Não. De acordo com a Anvisa, o limite estabelecido se
refere à quantidade de BPA que é possível migrar de um produto para o alimento,
e não a quantidade de Bisfenol A presente no produto. Esse valor, no Brasil, é
de 0,6 miligramas por quilo, independente do tipo de embalagem. Entretanto, as
indústrias não são obrigadas a especificar seus números de migração específica
nas embalagens, uma vez que "a migração depende de outros fatores, como condições
de uso e de armazenamento do produto e características dos alimentos",
segundo a própria Anvisa.
Quanto tempo o BPA fica no corpo?
É difícil precisar. Sabe-se que ele é rapidamente
eliminado pela urina, mas é possível que ele se acumule no tecido gorduroso,
como ocorre com outros compostos que também são desreguladores endócrinos.
Como evitar a exposição ao BPA?
Se puder, substitua mamadeiras, copos, pratos e
recipientes para guardar alimentos de plástico por aqueles que que sejam feitos
de vidro, madeira, porcelana, aço ou metal. Ao comprar qualquer produto,
especialmente para crianças, busque informações nos rótulos das embalagens,
como o selo "bisfenol free", os números 3 e 7 no símbolo da
reciclagem ou uma certificação de órgãos como o Inmetro ou a Anvisa. Não compre
brinquedos ou qualquer tipo de produto que sejam de má qualidade,
principalmente para crianças pequenas. Se tiver em casa utensílios de cozinha
de plástico, evite colocá-los no microondas ou mesmo congelar alimentos nesses
recipientes. Produtos de plástico velhos, danificados ou vencidos devem ser
jogados no lixo.
O que mostram os estudos sobre BPA?
Pesquisas mostram sérios problemas com a exposição ao
Bisfenol A, como predisposição para o desenvolvimento de tumores,
infertilidade, câncer de mama e de intestino, puberdade precoce em meninas,
obesidade e Síndrome de Down e de hiperatividade em crianças.
O agravante do BPA é o seu efeito de transgeração. Por exemplo, uma mulher
na vida fértil exposta ao bisfenol A pode transmitir doenças causadas pelo
composto até a terceira geração.
Os estudos são comprovados?
Até hoje, mais de três mil estudos sobre o assunto já
foram publicados ao redor do mundo. Porém, nos seres humanos, algumas pesquisas
científicas apresentaram resultados controversos. Isse se deve ao fato de
estarmos expostos a vários outros desreguladores endócrinos simultaneamente e
não sabermos como eles agem junto ao BPA.
Somente crianças sofrem com os danos do BPA?
Não, pessoas de todas as idades podem ser sensíveis aos efeitos
do bisfenol A e sofrer com infertilidade e câncer, por exemplo. Entretanto, é
conhecido que fetos e crianças pequenas, principalmente até 18 meses de idade,
são muito mais sensíveis ao BPA e aos efeitos dos desreguladores endócrinos em
geral. Para elas, até mesmo doses consideradas baixas podem ser prejudiciais.
Fonte: Revista saude - editora ABRIL
Fonte: Revista saude - editora ABRIL
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