NOVA apresenta um método que promete reverter os danos que as pressões físicas, mentais e emocionais causam aos músculos, articulações e ossos. Sem remédios nem cirurgia.
O que você sente quando quase bate o carro, não entrega aquele
relatório no prazo ou fica sabendo que um conhecido talvez sofra de uma
doença grave? Medo, certo? Pois saiba que essa é uma das emoções negativas que mais provocam contrações musculares. Olhando por esse ângulo, quase cem por cento da população deveria sofrer de alguma dorzinha...
Mas isso não acontece porque a reação normal do corpo e do cérebro é
lutar contra o que faz mal. "Uma vez superado o perigo, a tensão
diminui, a circulação volta ao normal, as funções digestivas são
retomadas, os hormônios se reequilibram, a cólera desaparece", explica a
doutora em filosofia e professora Ingrid Bacci.
O grande problema é quando você não pode ajudar quem ama nem enxerga
saídas para escapar de aborrecimentos no trabalho, na família ou até
internos, quando sua voz mental diz que não é capaz. Se a sua vida fica à
mercê de forças fora de seu controle e você ainda se cobra por estar de
mãos atadas, todos os seus sistemas paralisam. "Os músculos, em vez de
contraírem e relaxarem momentaneamente, permanecem rígidos", explica a
terapeuta em seu livro. "Eles desenvolvem um hábito de tensão que faz
com se cansem com uma facilidade cada vez maior. Essa fadiga muscular se
reflete como dor", completa ela.
Em geral, sente esse efeito ruim quem não coloca para fora os
sentimentos. Faz de tudo para não explodir de raiva e magoar um parente,
por exemplo, temendo a reação dele. Não dá a sua opinião por crer que
ela vale menos que a dos outros. A dura verdade é que você até pode se
calar, mas não deixará de se consumir por dentro. Esse comportamento,
aliás, é tipicamente feminino. Não por acaso, 80% das vítimas da
síndrome de articulação temporomandibular, a ATM, são mulheres. Por
falta de coragem de dizer o que pensam, travam a mandíbula literalmente.
Segundo Ingrid, somos sensíveis à ATM por termos mais dificuldade em
bancar nossas emoções. Talvez você diga: Não me sinto nervosa nem
estressada. Só tenho dor e ponto final. Ingrid propõe uma
autoavaliação. Já aconteceu de sair de férias e, só depois de relaxar de
verdade, admitir que andava uma pilha de nervos? Pode ser que o stress
seja um sentimento tão comum em sua vida que nem o percebe mais.
Hora de colocar à prova o método de autocura, experimentando algumas
das técnicas sugeridas pela terapeuta Ingrid para combater o stress
físico e o emocional. A dor crônica não vai desaparecer assim que você
começar a adotá-lo. Mas esse é o primeiro passo para ficar atenta ao seu
corpo como um todo. A tendência é que, aos poucos, se sinta mais
relaxada, mais encaixada, menos reprimida e mais feliz na própria pele.
Corpo em movimento
O ponto de partida é prestar atenção em sua respiração. Se ela for
contida - superficial e rápida ou desigual e forçada -, vai se traduzir
em esforço extra, ansiedade ou frustração, perda de mobilidade e dor.
Quando você não inspira e expira o ar de forma plena e profunda, o
diafragma fica rijo e só se move com esforço, fazendo os outros músculos
se contraírem também. O exercício de respiração meditativa, a seguir, é
a base do processo de autocura. Pratique-o diariamente, durante um mês
ou mais, até reeducar-se.
A técnica da respiração meditativa
Escolha um local tranquilo onde não seja interrompida por de cinco a 20
minutos. Deite-se no chão. De olhos fechados, observe as sensações dos
pés. Suba pelos tornozelos, panturrilhas, coxas... Até o rosto. Se notar
diferença como formigamento ou calor, sentir-se mais pesada ou leve
como se flutuasse, sinal de que relaxou. Coloque as mãos onde percebe
melhor a respiração (peito, diafragma ou barriga). Não ligue para os
pensamentos que passarem pela cabeça. Mantenha a concentração nas mãos.
Aos poucos, começará a sentir corpo e mente mais tranquilos. Sem
esforço, adotará a respiração diafragmática. Tente perceber como ela
toca suas vísceras, induzindo-a a concentrar-se em si mesma. Note também
a carícia na palma das mãos. Se estavam sobre o peito, imagine a
sensação indo para a barriga, e vice-versa. Da barriga, vá até a pelve.
Desça as mãos pelo corpo até sentir o ar inundando todo o seu tronco.
Quando estiver pronta para encerrar, abra os olhos.
4 princípios para corrigir o alinhamento
Outra forma de aliviar o stress físico é acertar a postura. Quando ela
está incorreta, você coloca pressão nas articulações, contribuindo para a
artrite, a degeneração de disco, o desgaste de cartilagem e as
inflamações. Além disso, os músculos são obrigados a assumir o peso do
corpo, contraindo-se.
1. Acostume-se a respirar profundamente. Assim, usará os músculos em vez dos ossos para suportar seu peso.
2. Preste atenção em onde descarrega seu peso ao se
sentar, quais músculos põe em ação ao se levantar. Quanto mais entender
seu corpo, mais fácil será substituir hábitos que provocam dor pelos que
propiciam bem-estar.
3. Guie-se pelo princípio da facilidade. Ou seja,
quando sentir prazer e descontração durante um movimento, sinal de que
está fazendo bem ao seu corpo.
4. Pare de se concentrar no que quer fazer (chegar rápido a algum lugar, por exemplo) e foque em manter o corpo alinhado.
Emoções liberadas
Muita gente julga que parecerá fraca, piegas, autocondescendente ou
egoísta ao expressar os sentimentos. E se retrai por recear a reação
alheia. Será o seu caso? Se sim, tente dizer: Preciso de sua ajuda.
Sinto... Também vale reduzir o ritmo do cérebro: uma mente tagarela é
sinal de que não foca em si mesma. Acontece quando acorda e faz
mentalmente a longa lista das tarefas do dia. Enquanto isso, os músculos
ficam tensos e a respiração, oprimida... Se contiver a ansiedade, a dor
física se dissipará.
Técnica antirrepressão da raiva
Se você engole sapos e acumula tensões, alimenta um grande stress
interior, que pode se expressar na forma de dor. Digamos que o que a
incomoda seja a inveja de sua amiga. Pare de se forçar a compreender os
motivos dela. Faz mal a você? Respeite-se admitindo essa verdade. Assuma
qual o real peso do problema, em vez de reprimi-lo, e coloque limites.
Exercício para contatar o seu íntimo
De noite, na cama, desacelere o hemisfério direito do cérebro atentando
para a respiração. Por de cinco a dez minutos, concentre-se na parte do
corpo que chamar a sua atenção. Observe como ela se comporta.
Gradualmente, essa sensação se modificará. Talvez fisicamente. Talvez
emocionalmente também. Sentiu dor? Espere que passe. Teve cólera,
tristeza ou medo? Respire fundo e vivencie o sentimento. Tente
descrevê-lo em voz alta. Quanto melhor explicá-lo a si mesma, mais claro
ficará. Faça anotações começando com "Eu sinto". E, assim, vá liberado
as emoções que causam dor.
Plano para superar o medo de conflito
Expor um ponto de vista diferente faz parte de um relacionamento
saudável, sabia? Se não consegue falar honestamente com alguém,
questione-se: "Estou com medo de represálias? Esse receio tem razão de
existir?". Também pare de ter que. Se, por exemplo, ir àquela festa só
para agradar à anfitriã fará você se sentir estressada, aprisionada...
Seus músculos reagirão. Se não tem prazer no que faz, ouse não fazer
mais. Mesmo sob uma chuva de críticas. Seu corpo vai agradecer!
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