quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O poder de hidratação do coco

O segredo para repor de forma rápida e natural a água perdida durante a prática esportiva se esconde no interior do fruto do coqueiro.


A água de coco costuma ser a parceira perfeita de um dia preguiçoso na praia, daqueles em que tudo que se quer é ficar sentado confortavelmente na cadeira para acompanhar o vai e vem das ondas do mar. Mas novas descobertas científicas vêm agitar um pouco esse cenário. Elas garantem que o sumo doce da fruta tem tudo para ser uma alternativa igualmente interessante para quem prefere gastar o tempo livre torrando energia se exercitando.

Um recente estudo da Universidade de Memphis e do Miami Research Associates, nos Estados Unidos, testou a eficácia do líquido na restauração hídrica e mineral, com destaque para seu potencial no pós-exercício. "A água de coco foi capaz de recompor satisfatoriamente os fluidos das pessoas que praticaram atividades não muito intensas", atesta o nutricionista Douglas Kalman, autor da pesquisa.

Outra investigação, essa da Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Petrolina, no interior de Pernambuco, mostra que a fruta verde traz benefícios também ao longo da malhação. Antes do treinamento, voluntários ingeriram de maneira aleatória água, uma bebida qualquer ou água de coco. "A última opção melhorou e até prolongou o desempenho durante o esforço físico", revela o líder do projeto, Orlando Laitano, professor de fisiologia do exercício da instituição pernambucana. Sem contar que uma simples medição da quantidade de xixi expelida depois pelos participantes ratificou a qualidade hidratante da bebida. "A água de coco fez os indivíduos urinarem menos, o que no caso específico indica que seus nutrientes são mais bem aproveitados pelo organismo", completa Laitano.

Contraindicações naturais

Saborosa e refrescante, a estrela desta reportagem, porém, sofre pela irregularidade: a quantidade de nutrientes varia conforme o fruto, a época do ano e até o solo em que o coqueiro está plantado. "Além disso, para alguns, o líquido pode causar desconforto abdominal durante um treino mais vigoroso em virtude do tipo de carboidrato predominante em sua composição", conta a nutricionista Arícia Motta, da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva. É que a frutose da água de coco tem uma absorção mais lenta quando comparada à glicose, que prevalece nos isotônicos. Portanto, ela é uma boa pedida em modalidades menos exigentes, como uma caminhada de até uma hora de duração.

Na comparação da página à esquerda, se por um lado fica cristalino que a água de coco é pobre em sódio - justamente o mineral que mais escapa na transpiração -, ela se redime na quantidade de potássio, bem superior à dos preparados tradicionais. Nesse quesito, o sumo de um fruto do coqueiro é capaz de oferecer a dose diária recomendada. "Esse elemento é ótimo para indivíduos com hipertensão. Pesquisas mostram que ele está relacionado com a queda da pressão arterial", ressalta o nutricionista Erick de Oliveira, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, São Paulo.

Para quem mora em regiões em que a água de coco in natura é mais escassa, a opção industrializada, vendida nas gôndolas do supermercado, é pra lá de confiável, apesar de contar com conservantes. "Mas é bom ficar de olho na data de validade, na forma como o produto é estocado e na exposição ao sol, fatores que acabam com os nutrientes", alerta Antônio Herbert Lancha Júnior, educador físico da Universidade de São Paulo.

Na hora de preparar a mochila para o treino, se ficar em dúvida sobre a necessidade de levar isotônico, João Bouzas, diretor do Laboratório de Performance Humana da Universidade Federal de Viçosa, no interior de Minas Gerais, aponta um bom critério: "De maneira geral, é necessário lançar mão das bebidas esportivas em todas as situações que o exercício superar mais de 60 minutos de prática". Para treinos mais curtos, a água já dá conta do recado, porque o corpo ainda não perdeu os sais minerais e está com um bom estoque energético. Mas, como toda regra, a questão da primeira hora tem suas exceções. Procure avaliar a temperatura e a umidade ambiente para planejar a reposição durante o suadouro.

Por último, tome cuidado com os mitos que circulam por aí: sem excessos, o isotônico não dá pedra nos rins e, dentro de uma dieta saudável, não engorda. Assim como a desidratação, a desinformação pode prejudicar seriamente o seu desempenho.

Início, meio e fim garantidos

O assunto hidratação é tão importante que as maiores empresas de nutrição esportiva vivem lançando inovações. O exemplo mais recente é a G Series, da Gatorade, linha que traz uma bebida para ser consumida antes, ao longo e depois do treino. "Esse produto tem o respaldo de pesquisas científicas e supre a necessidade dos atletas", comenta o nutricionista Erick de Oliveira.

Isotônico versus água de coco
A bebida industrial ganha de goleada quando o quesito é sódio, o sal mineral que mais escapa nos treinos pesados

 
Água de coco
Isotônico
Calorias
22
26
Carboidrato
5,3 g
6,4 g
Cálcio
19 mg
1 mg
Fósforo
4 mg
9 mg
Ferro
0
0,7 mg
Sódio
2 mg
44 mg
Potássio
162 mg
13 mg



Pane no sistema
Entenda como a perda de fluidos prejudica a performance


<strong>1.</strong> Essa pequena redução faz o corpo sentir a necessidade de repor o líquido perdido através do suor. A sede é o sinal mais óbvio. 

1. Essa pequena redução faz o corpo sentir a necessidade de repor o líquido perdido através do suor. A sede é o sinal mais óbvio.


<strong>2.</strong> Quando a perda dobra, o atleta começa a sentir as primeiras falhas no desempenho. 
2. Quando a perda dobra, o atleta começa a sentir as primeiras falhas no desempenho.

<strong>3.</strong> Acontece o comprometimento do equilíbrio térmico. O organismo não consegue manter a temperatura ideal. 

3. Acontece o comprometimento do equilíbrio térmico. O organismo não consegue manter a temperatura ideal.

<strong>4.</strong> O corpo vira um forno. O indivíduo não é capaz de realizar nenhum esforço e corre até risco de morte. 
4. O corpo vira um forno. O indivíduo não é capaz de realizar nenhum esforço e corre até risco de morte.

O isotônico é composto, basicamente, de carboidratos, que repõem a energia nas células, e de sais minerais, com destaque para o sódio e o potássio, que garantem as contrações do tecido muscular. Como sua densidade é bem parecida à do plasma sanguíneo, é absorvido quase instantaneamente em sua passagem pelo intestino. 
O isotônico é composto, basicamente, de carboidratos, que repõem a energia nas células, e de sais minerais, com destaque para o sódio e o potássio, que garantem as contrações do tecido muscular. Como sua densidade é bem parecida à do plasma sanguíneo, é absorvido quase instantaneamente em sua passagem pelo intestino.


Fonte: Revista saúde

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