Embora inúmeros estudos tenham demonstrado os benefícios da atividade
física sobre o tratamento e a recuperação de um câncer, os médicos
oncologistas pouco discutem o assunto com seus pacientes, que ainda são
relutantes em exercitar-se. Essas são as conclusões de um levantamento
feito pela Clínica Mayo, nos Estados Unidos, e publicado neste mês no
periódico Journal of Pain and Symptom Management.
A pesquisa, que analisou 20 pacientes diagnosticados com câncer de
pulmão, ainda mostrou que quando a sugestão da prática de exercício
físico vem direto do oncologista, os pacientes são mais propensos a
levar a atividade a sério. “De maneira geral, essas pessoas não estão
recebendo conselhos concretos sobre como a atividade física pode
ajudá-los a manter a funcionalidade e melhorar os resultados do
tratamento contra a doença”, diz Andrea Cheville, coordenadora do
estudo.
Além disso, as pessoas que já costumavam praticar alguma atividade
física antes de serem diagnosticadas com câncer foram mais propensas a
continuar se exercitando durante o tratamento contra a doença. O estudo
também mostrou que a maioria dos indivíduos considera atividades do
dia-a-dia, como jardinagem, por exemplo, como exercício suficiente para
completar as recomendações diárias. “Grande parte dessas pessoas não
sabe que as atividades diárias exigem o mínimo de esforço. Ou seja, nem
tudo pode ser considerado como exercício moderado ou intenso”, afirma
Cheville.
Benefícios desconhecidos — Segundo o levantamento, a
maioria dos indivíduos entrevistados não sabia que a falta de atividade
física pode contribuir para o enfraquecimento do corpo e para uma maior
vulnerabilidade a outros problemas de saúde, especialmente a sintomas
relacionados à doença. No artigo, os autores explicam que outras
pesquisas já mostraram que o exercício pode reduzir em até 50% a
recorrência dos cânceres de mama e cólon. Além disso, as atividades
melhoram a mobilidade dos pacientes em tratamento, reduz a fadiga
associada à doença e também evita que os indivíduos fiquem isolados em
suas casas.
Fonte: Veja
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