segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Lipo: respostas para as 20 principais dúvidas

As técnicas evoluíram tanto que “dar uma lipadinha” virou sinônimo de solução rápida e simples para se livrar de alguns quilos extras. Não é bem assim. A cirurgia requer cuidados e oferece, sim, riscos – como qualquer outra.

1. Preciso emagrecer, mas não consigo. A lipo é a solução? Lipoaspiração não é um método de emagrecimento, e sim de eliminação de gordura localizada, geralmente entre 3 e 5 quilos. E o procedimento é complementar: no pré e no pósoperatório, você precisa manter a alimentação equilibrada e uma rotina de exercícios.

2. É verdade que as células têm memória e tratam de repor a gordura perdida? Não. A célula, por si só, não é capaz de produzir mais gordura ou se multiplicar. Nós só criamos células de gordura até os 18 anos, aproximadamente, a não ser na obesidade mórbida e em casos raros. “Depois disso, quando a pessoa engorda ou emagrece, não é porque a quantidade
dessas células aumentou ou diminuiu, mas porque inflaram ou esvaziaram”, diz Alexandre Senra, cirurgião plástico do Hospital Israelita Albert Einstein. Portanto, os vilões são os maus hábitos, o stress e a má qualidade do sono.

3. Então, por que quanto mais acima do peso a mulher está, mais difícil é manter o resultado? Imagine que o tecido adiposo são bolinhas de isopor. Quando você engorda, é como se as bolinhas aumentassem de tamanho. “O objetivo da técnica é remover o maior número possível delas, mas se a paciente faz lipo quando a bolinha está bem grande, pode acontecer de a técnica sugar o conteúdo, e não a célula inteira”, explica Romeu Fadul Júnior, cirurgião plástico do hospital Sírio-Libanês. Nesse caso, como permanece, a célula pode voltar a inchar se não houver cuidado.

4. Se a gordura voltar, posso fazer de novo? Se o que leva a paciente a encarar o bisturi várias vezes é o descuido com a alimentação e os exercícios, não é recomendado. Porque a causa não se resolve – e a cirurgia, por ser invasiva e oferecer riscos como qualquer outra, não é recomendada para esses casos. Mas existem situações que requerem volta. Por exemplo, quando a mulher estava acima do peso e ficaram células suficientes para acumular gordura. Mesmo porque existe um limite de gordura a ser tirado em cada uma, entre 5 % e 7% do peso corporal.

5. Em quais partes do corpo dá para fazer lipo? Em todas as áreas com gordura localizada: culote, joelhos, papada, abdômen, flanco, dorso, face interna da coxa e, nos homens, região peitoral.

6. Posso aproveitar a anestesia e emendar outras cirurgias plásticas de uma vez? É comum aproveitar a lipo para colocar próteses na mama, operar o nariz ou as pálpebras. Mas depende das suas condições de saúde e de quais procedimentos deseja realizar. Quanto mais forem feitos, maior quantidade de anestesia necessária e, portanto, maiores os riscos envolvidos.

7. É possível fazer lipo depois do parto? Não é recomendado. Na gravidez, o corpo passa por muitas alterações, a musculatura está distendida e flácida e há retenção de líquido e aumento de volume do sangue. Na cirurgia, a paciente recebe mais líquido e o coração pode não dar conta de bombear esse volume Foi a possível causa da parada cardiorrespiratória enfrentada pela mulher do cantor americano Usher, Tameka Foster. Ela teria dito ao médico que seu bebê havia nascido há mais tempo, mas fazia só dois meses. Os médicos recomendam aguardar de seis a nove meses.

8. Verdade que é uma cirurgia não invasiva e menos dolorosa? Não. “Invasivas, todas são em grau que depende da quantidade e da extensão de gordura a ser retirada”, avisa Fadul Júnior. Apesar de o corte ser pequeno, abaixo dele, a área a ser aspirada pode ser grande. “Depende da extensão da retirada de gordura. De maneira geral, uma abdominoplastia é mais invasiva do que uma lipoaspiração, que por sua vez costuma ser mais do que colocação de próteses nas mamas”, exemplifica Senra. Algumas pacientes dizem que a sensação é a de ter sido atropelada por um caminhão. Outras, que dá para administrar numa boa. De qualquer forma, os medicamentos pós-cirúrgicos, entre eles, analgésicos potentes, ajudam a aliviar o incômodo.

9. Dá para prevenir choque anafilático? Não. Choque anafilático é uma reação alérgica que pode se manifestar até mesmo na cadeira do dentista. “É um erro achar que anestesia local é mais segura”, alerta Ana Paula Polato, cirurgiã plástica de São Paulo. “Porque vai depender da quantidade aplicada. Se, por exemplo, a região a ser tratada é extensa e o profissional simplesmente aumenta a quantidade do anestésico, o risco é maior do que se usasse a geral, que demandaria uma quantidade menor.” Segundo Ana Paula, cada caso – e não cada técnica – exige um tipo de anestesia, avaliado pela equipe médica de acordo com o volume de gordura retirado e as condições da paciente.“Geralmente, as complicações acontecem por uma dessas três causas: quando a operação é realizada por não especialistas, é feita em local impróprio ou e se retira gordura além do limite”, esclarece. Se as três aparecem juntas, então, é problema na certa.

10. Quem tem hipertensão, diabetes ou problemas cardíacos pode fazer?
Depende do quadro geral de saúde. Primeiro, o médico pondera os riscos com uma avaliação clínica rigorosa. Se for liberada, será preciso controlar a doença antes de fazer a cirurgia.

11. Quais são os cuidados pósoperatórios? Na primeira semana logo após a cirurgia, é preciso fazer drenagem linfática na região operada, para evitar fibrose (cicatrização irregular, que forma ondulações) e melhorar a distribuição da linfa (responsável pela eliminação de impurezas). “O ideal é começar com três sessões por semana e, depois de 15 a 20 dias, reduzir para duas. O período do tratamento vai de três a seis meses”, detalha a fisioterapeuta dermatofuncional Bárbara Teixeira, do Zahra Spa & Estética, em São Paulo. No começo, a pele está bem sensível por causa dos edemas – então a dor tende a ser maior. E é preciso usar malhas elásticas de compressão contínua, que costumam esquentar bastante. No inverno, portanto, elas incomodam menos.

12. Tem limite de idade para operar?
Não. O ideal é fazer apenas a partir de 18 anos e o limite é a condição física. “Tive uma paciente que passou por lipo e colocação de prótese de mama com 80 anos”, conta Senra.

13. O que eu posso fazer antes da cirurgia para melhorar o resultado? Dieta, fortalecimento muscular da área a ser operada, drenagem linfática pré-operatória e uso de polivitamínicos, principalmente vitamina C e D, que auxiliam na cicatrização. O objetivo é manter-se dentro de um Índice de Massa Corporal entre 22 e 27,5, que equivale ao peso normal ou um
pouco acima do ideal. Para calculá-lo, acesse www.boaforma.com.br

14. Dá para saber quem fez lipo? Quando o médico utiliza uma cânula mais grossa e deixa de fazer o refinamento com uma mais fina, podem restar ondulações. O resultado é diferente do natural. E se foi retirada mais gordura do que o ideal, o aspecto pode lembrar o de barriga masculina, mais seca e definida. Para evitar esse segundo problema, o cirurgião deixa uma camada pequena de gordura. “A lipo nota 10 é aquela que não deixa ninguém perceber que ela foi feita”, completa Senra.

15. Existem métodos mais seguros do que outros? Não. Para todos os casos, os maiores riscos são a anestesia, o despreparo dos profissionais e a falta de estrutura do lugar onde a cirurgia é feita.

16. Lipo light pode ser feita em consultório?
“Na minha opinião não existe lipo light. Todas as técnicas são invasivas e se baseiam na sucção de gordura. Se o procedimento é diferente desse, não é lipoaspiração – e a eficácia dele é questionada pela classe médica”, avalia Ana Paula. Se houver incisão e anestesia, independentemente do volume e da área a ser tratada, é necessário todo o suporte hospitalar”, diz Fadul Júnior.

17. Ela acaba com a celulite?
Não, mas pode melhorar o aspecto porque retira gordura e líquido. Depois ela deve ser tratada com drenagem linfática, prática regular de exercícios físicos e reeducação alimentar.

18. Quais os exames pré-operatórios?
Os básicos são sangue, urina, avaliação cardiológica, raio X do tórax e eletrocardiograma, mas podem variar de acordo com o histórico da paciente.

19. Algum problema em fazer consórcio de cirurgia plástica?
“Foi estabelecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia plástica que essas empresas intermediadoras não favorecem a boa relação entre o médico e o paciente”, afirma Fadul Júnior. “Porque a paciente chega à empresa pelo preço e não pela qualidade do médico e confiabilidade dos serviços que ele presta”, diz, Claro, existem médicos sérios e competentes trabalhando nesse sistema, mas fica mais difícil se prevenir contra os que não são.

20. Como escolher um bom cirurgião?
Entre no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e veja se o médico é credenciado. Cheque quantos anos ele tem de experiência. Na consulta, peça referência de outras pacientes, informe-se sobre o local onde ele opera – dê preferência a ambientes hospitalares – e quem é a equipe dele.


Fonte: Boaforma

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