As estatísticas
mostram o quanto vem crescendo o número de crianças
contaminadas pelo HIV.
Define-se dois tipos de
transmissão:
- vertical, da mãe para o filho, que poderá ocorrer durante a gestação, via transplacentária, por ocasião do parto ou pela amamentação, por isso recomenda-se que mães infectadas não amamentem seus filhos ou doem leite. Calcula-se que a taxa de risco de uma mãe transmitir o vírus para seu filho seja de 30% (MARQUES, 1994).
- crianças e adolescentes, através dos mecanismos clássicos de transmissão: via sexual, transfusão sanguínea ou hemoderivados contaminados, além da utilização de indevida de agulhas, principalmente pelos viciados em drogas injetáveis.
Manifestações
clínicas:
Difere dos adultos, sendo
descrito por: desenvolvimento deficitário; febre; diarréia
crônica; infecções bacterianas frequentes, como monilíase
oral; infecções disseminadas e invasivas de repetição, como
otite média aguda e pneumonias; infecções oportunistas;
hepatoesplenomegalia; linfonodomegalia; pneumonite; intersticial
crônica; parotidite; alterações neurológicas (MARQUES, 1994).
Geralmente os recém-nascidos
são assintomáticos até o terceiro ou quarto mês, porém em
algumas crianças já verifica-se ao nascimento baixo peso para a
idade gestacional. Já em crianças maiores e nos adolescentes, a
apresentação clínica é semelhante à observada nos adultos.
Diagnóstico:
Considera-se infectadas as
crianças acima de 15 meses que ainda apresentem anticorpos
contra o HIV (vírus da imunodeficiência humana), pois abaixo
desta faixa etária é comum encontrar anticorpos maternos,
decorrentes de tranferência passiva. Portanto o ideal seria a
pesquisa para detecção do vírus.
Alguns esclarecimentos
importantes:
Às crianças infectadas, é
de fundamental importância assegurar uma constante vigilância,
ambulatorial, com exames físicos minuciosos, principalmente no
que tange à evolução pôndero-estatural e avaliação
neurológica.
Em relação à imunização,
o Programa Nacional de Imunização recomenda a administração
de todas as vacinas, com exceção da BCG aos doentes de AIDS.
Quanto à sua presença em
escolas e creches, sua frequência só poderá ser vetada se
estiver imunodeprimida, com lesões secretantes que não possam
ser cobertas ou com sangramento incontrolável. Não existindo
nenhum inconveniente citado, a criança está apta a conviver com
outras crianças.
Faz-se necessário um
esclarecimento à equipe que atende as crianças em
instituições: independente de um diagnóstico sorológico
confirmado ou não, algumas medidas de precauções precisam ser
assimiladas por toda a equipe:
- havendo traumas que promovam liberação de sangue não se deve manipular o local sem uma luva, para proteger a si próprio;
- lave as mãos, antes e após o cuidado com qualquer criança, prevenindo as infecções cruzadas (de uma criança para outra) e também a si próprio.
Ainda não existe vacina e nem
cura da AIDS, apesar das diversas pesquisas. O que se conseguiu
até hoje foi controlar um pouco a doença, aumentando a
sobrevida com qualidade de vida. Portanto o melhor investimento
continua sendo a prevenção.
Não se pode esquecer que os
infectados existem e precisam e devem ser encarados com respeito
e dignidade, ainda mais quando se tratar de uma criança.
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