sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sol na medida certa

Os danos causados pelo excesso de exposição ao astro rei vão além do câncer de pele: até nossa imunidade fica fragilizada.


Muito se fala sobre os malefícios dos raios solares além da conta e sem proteção. De cara, todos se lembram dos tumores cutâneos. No entanto, poucos sabem que aquelas horas fritando na areia por um bronzeado enfraquecem o sistema imunológico, deixando o corpo menos resistente a vírus, fungos e bactérias. O que acontece é semelhante ao cansaço e ao esgotamento que sentimos após um dia na praia. A radiação ultravioleta - tanto a UVA quanto a UVB - faz com que as células do sistema imune da pele percam energia, dando sopa para qualquer micro-organismo estranho agir.

"É assim que surgem o herpes, vírus que a maioria das pessoas carrega sem nem sequer desconfiar, as micoses e até mesmo algumas viroses", explica o dermatologista Marcus Maia, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Ele ressalta que indivíduos com imunossupressão, como transplantados e soropositivos, correm um risco ainda maior e devem evitar a superexposição em dias ensolarados. Para alguns, chegam a ser sugeridas roupas com filtro solar.


O próprio bronzeado, que muitos veem como sinal de saúde, não passa de uma reação do organismo ao UVB, predominante no verão. O colorido da estação é, na verdade, resultado da oxidação do pigmento que tinge a cútis, a melanina. "É uma forma de proteção, que não deixa a radiação penetrar demais na pele", explica o tricologista Valcinir Bedin, diretor do Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento, em São Paulo. Mas, se há exagero, o tom de camarão indica um processo inflamatório. "A vermelhidão significa que a pele foi danificada pelo UVB", afirma a dermatologista Flávia Addor, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. "E é uma evidência de que as defesas do corpo estão temporariamente em baixa", reforça. A imunidade em frangalhos é um prejuízo imediato. Porém, existem outros problemas mais perigosos provocados pelo efeito cumulativo do sol.


E a vitamina D?
Os banhos solares são a principal fonte da substância, que é essencial para os ossos. Mas, se a atuação em prol do esqueleto está comprovada, não há estudos conclusivos sobre a relação entre a vitamina D e a imunidade - principalmente sobre o modo mais seguro de obtê-la. A recomendação clássica é a seguinte: bastam 15 minutos de sol, das 11 às 15 horas, sem protetor, em pelo menos 15% do corpo (braços e pernas devem estar de preferência descobertos), de duas a três vezes por semana. "Mesmo em um país ensolarado como o nosso, grande parte da população tem deficiência de vitamina D", diz Marcus Maia. Entre os dermatos, os suplementos são um consenso, já que seria mais arriscado aconselhar um paciente a tomar sol sem proteção. É preciso ingeri-los após a refeição, para facilitar a absorção intestinal.


Proteja-se corretamente
Em primeiro lugar, use o filtro solar todos os dias, não só durante as férias. Evite a exposição com o sol a pino, entre às 10 e às 16 horas. Prefira produtos com fator de proteção solar (FPS) 30. Marcus Maia ressalta que as pessoas economizam na quantidade e não reaplicam o produto da forma correta. O ideal, segundo Valcinir Bedin, é passá-lo 30 minutos antes de encarar o astro rei. Volte a se besuntar uma vez ao dia; na praia, a cada duas horas. Vale lembrar que é preciso recorrer de novo ao filtro a cada mergulho, no mar ou na piscina. Prefira os que previnem a ação do UVA e do UVB.


Filtro sempre e para todos

Ele deve fazer parte da rotina tanto de quem tem a pele mais clara como da dos negros


Qualquer idade
Adultos e crianças: os efeitos do sol são nefastos para a família inteira.

Qual tipo?
Tanto faz se é creme, spray ou gel. O último deve ser reaplicado mais vezes.

Nublado, e daí?
Não importa se o tempo fechou, é importante usar o produto sempre.

Por fim...
Beba água. Isso evita o ressecamento da pele e a desidratação que causa a insolação.


Saiba mais sobre os efeitos do sol no seu corpo :

 

 

<b>1. Em condições normais</b> As células dendríticas - ou de Langerhans - ficam na superfície da pele e são responsáveis pelo reconhecimento de corpos estranhos. Elas os capturam e avisam as outras células imunes sobre a existência de um agente invasor. Essas tais células dendríticas também apresentam o inimigo aos linfócitosT, que perfuram a sua membrana para acabar com o inimigo, assim como aniquilam as células infectadas.<br /><br /> <b>2. Defesa fracassada</b> Os raios UV matam as células dendríticas, exterminando seu exército na pele. Eles ainda enfraquecem todas as outras células de defesa, deixando a gente mais suscetível não só aos micro-organismos que carregamos no corpo - talvez o vírus do herpes -, mas também aos agentes externos. No caso do câncer, esse processo contribui para a proliferação das células que sofreram mutações, abrindo caminho para os tumores. 













1. Em condições normais As células dendríticas - ou de Langerhans - ficam na superfície da pele e são responsáveis pelo reconhecimento de corpos estranhos. Elas os capturam e avisam as outras células imunes sobre a existência de um agente invasor. Essas tais células dendríticas também apresentam o inimigo aos linfócitosT, que perfuram a sua membrana para acabar com o inimigo, assim como aniquilam as células infectadas.

2. Defesa fracassada
Os raios UV matam as células dendríticas, exterminando seu exército na pele. Eles ainda enfraquecem todas as outras células de defesa, deixando a gente mais suscetível não só aos micro-organismos que carregamos no corpo - talvez o vírus do herpes -, mas também aos agentes externos. No caso do câncer, esse processo contribui para a proliferação das células que sofreram mutações, abrindo caminho para os tumores.





É o chabu mais frequente na temporada de veraneio. O corpo perde água e sais minerais na tentativa de baixar sua temperatura, que acaba passando dos 36,5 graus.

Insolação

É o chabu mais frequente na temporada de veraneio. O corpo perde água e sais minerais na tentativa de baixar sua temperatura, que acaba passando dos 36,5 graus. "A pele vermelha quente e o pulso acelerado são alguns sinais que despertam preocupação", alerta a dermatologista Ana Lúcia Recio, de São Paulo. A insolação também provoca dor de cabeça, tontura, náuseas, febre e até desmaio. Leve a pessoa para a sombra depressa e ofereça líquido sem parar Se não houver melhora, corra ao médico.


O excesso de sol costuma sabotar o organismo em duas etapas. Primeiro, os raios UVA danificam o DNA da célula, causando uma mutação indesejável. Se estiver enfraquecido, o sistema imune, que poderia flagrar e atacar a célula anômala, não consegue impedir sua multiplicação. Daí, elas tendem a se transformar em um tumor. Não à toa, como diz o dermatologista Marcus Maia, pessoas com as defesas fragilizadas, caso dos transplantados, em geral têm cânceres de pele mais agressivos.

Câncer

O excesso de sol costuma sabotar o organismo em duas etapas. Primeiro, os raios UVA danificam o DNA da célula, causando uma mutação indesejável. Se estiver enfraquecido, o sistema imune, que poderia flagrar e atacar a célula anômala, não consegue impedir sua multiplicação. Daí, elas tendem a se transformar em um tumor. Não à toa, como diz o dermatologista Marcus Maia, pessoas com as defesas fragilizadas, caso dos transplantados, em geral têm cânceres de pele mais agressivos.

As principais doenças oculares podem ser agravadas pelo sol. A mais comum é a catarata, que, apesar de dar as caras com o passar dos anos, é acelerada pela radiação solar. Outro problema é a degeneração macular, que afeta a retina e também pode ser agravada pelos raios UVA e UVB. Já a fotoceratite e a fotoconjuntivite são inflamações dolorosas que não causam danos à visão se forem tratadas direito. A recomendação é investir em óculos de sol com filtro e de qualidade.

Olhos

As principais doenças oculares podem ser agravadas pelo sol. A mais comum é a catarata, que, apesar de dar as caras com o passar dos anos, é acelerada pela radiação solar. Outro problema é a degeneração macular, que afeta a retina e também pode ser agravada pelos raios UVA e UVB. Já a fotoceratite e a fotoconjuntivite são inflamações dolorosas que não causam danos à visão se forem tratadas direito. A recomendação é investir em óculos de sol com filtro e de qualidade.

Ao tomar sol demais por anos a fio, os fibroblastos, células produtoras de colágeno, o responsável por sustentar a pele, são destruídos pelos radicais livres deflagrados pela exposição ao UVA. Essa história termina em flacidez, falta de elasticidade e rugas, além do aspecto áspero e ressecado da cútis. Quem tem a pele mais maltratada pela radiação solar corre um risco maior de desenvolver câncer de pele. Como os raios UVA incidem o dia inteiro, a saída é protetor solar.

Envelhecimento

Ao tomar sol demais por anos a fio, os fibroblastos, células produtoras de colágeno, o responsável por sustentar a pele, são destruídos pelos radicais livres deflagrados pela exposição ao UVA. Essa história termina em flacidez, falta de elasticidade e rugas, além do aspecto áspero e ressecado da cútis. Quem tem a pele mais maltratada pela radiação solar corre um risco maior de desenvolver câncer de pele. Como os raios UVA incidem o dia inteiro, a saída é protetor solar.

Fonte: Revista saúde

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