terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fuja dos micos

Mau hálito, suor em excesso, pum... Por que seu corpo às vezes transforma você na princesa Fiona? A pergunta tem resposta e, na maioria dos casos, solução

Fuja dos micos

Imperdoável. Esse é o adjetivo para classificar o trovão na sua barriga durante a entrevista de emprego e o seu ronco na primeira noite de amor com o novo paquera. Ora, o corpo também tem o direito de falhar. Na maioria das vezes, essas mancadas não sinalizam problema de saúde. Entenda o motivo de algumas gafes e aprenda a disfarçá-las.

Trovão na barriga
Aquela reunião que avança pelo meio da tarde sem intervalo para o almoço pode acabar com sua imagem. Entre a explicação de um gráfico e um dado sobre o desempenho da empresa, seu estômago começa a roncar. Alto e sonoro. Quando a pessoa fica em jejum por muito tempo, o estômago produz uma enzima digestiva chamada pepsina para avisar que é hora de comer. Essa enzima estimula as contrações do estômago e, com isso, o ar e o líquido que estão no órgão se mexem, provocando o estrondo. Se isso acontecer com você, olhe para os lados com cara de “nossa, quem será que fez isso?!” (fazer piadas sobre si mesma pega bem) e providencie com urgência uma barrinha de cereais para apaziguar os ânimos do seu estômago. Não beba mais um copo de água. Isso só vai provocar mais barulho, por aumentar a quantidade de líquido se movimentando dentro do seu estômago.

Corrimento vaginal
Para as mulheres na fase reprodutiva, o corrimento é bom, muito bom, fantástico. Você pode pensar na vagina como um forno autolimpante. O corrimento é uma forma de se livrar das células mortas, manter a vagina lubrifi cada e prevenir infecções. A secreção deve ser transparente, branca ou um pouquinho amarelada e ter um suave cheirinho — que funciona como um perfume para atrair o parceiro. Sua quantidade pode aumentar durante a ovulação ou o ato sexual. Mas, se a cor mudar para algo parecido com verde ou se o odor for muito forte, eis um indício de infecção. Não tente resolver o problema com duchas ou produtos cheirosos. “Eles alteram a flora vaginal, que já está desbalanceada”, afirma a ginecologista Elisabete Dobao, do Rio de Janeiro. Enquanto o socorro médico não vem, consuma alimentos com probióticos e evite calcinhas sintéticas. Calça jeans muito justa também não ajuda.

Pum com a vagina
Dependendo de como você lida com a situação, pode ser engraçado ou constrangedor. Esses barulhos acontecem pelo acúmulo de ar na vagina, que escapa quando a musculatura relaxa durante a relação. “Não significa que a vagina está mais larga”, diz o ginecologista Eduardo Zlotnik, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Dependendo da posição, há entrada maior de ar — quando você coloca as pernas para cima no papai e mamãe, por exemplo. Para evitar o ruído, contraia o músculo da vagina ou troque de posição. Mas o melhor é desencanar para não estragar o momento.

Pum... por lá mesmo
Apesar de alguns homens não quererem acreditar nisso, as mulheres, sim, soltam pum — e como. Em média, aliviamos nossos gases 12 vezes por dia. Movimentos incontroláveis do intestino são mais comuns para nós do que para eles. “Isso tem a ver com danos nos músculos e nervos, causados muitas vezes por um parto normal”, explica o médico americano Mehmet Oz, coautor de O Corpo Inteligente (Ed. Campus, 374 págs.). “Outra causa surpreendente é a deficiência de serotonina, o hormônio do bem-estar, em que 95% do estoque vai para o intestino. E as mulheres apresentam uma flutuação muito maior do que os homens.” Se você soltar pum mais de 12 vezes por dia, talvez esteja comendo fibras em excesso ou tomando muita bebida com gás. Pode também ser resultado de intolerância a algum alimento, como lactose ou glúten, ou efeito colateral de certos medicamentos. Para produzir menos gás, consuma porções menores de fibras temporariamente. Chá de hortelã também auxilia por ter componentes que previnem espasmos do trato digestivo.

Xixi nas calcinhas Deixar escapar um pouquinho de urina é normal em certas situações, como quando você está com a bexiga cheia e espirra, leva um susto ou assiste à comédia Se Beber, Não Case. O vazamento fica mais comum se você estiver acima do peso. Já escapes que molham não só a calcinha mas também um pouco a calça e acontecem a qualquer momento indicam incontinência urinária. Coisa de quem passou dos 70? Que nada. A incontinência aparece em qualquer idade, embora seja mais comum em mulheres que tiveram bebê por parto natural. Os músculos do assoalho pélvico — que fica na parte de baixo da pélvis e sustenta os órgãos internos como a bexiga e o útero — controlam também o esfíncter que libera a urina. Quando você interrompe e inicia o jato urinário, está utilizando esses músculos. “Se eles se tornarem fracos, pode ocorrer a incontinência”, diz o urologista Oskar Kaufman, do Hospital das Clínicas de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Urologia. Como esses músculos funcionam voluntariamente, vamos malhar. Tente a manobra de Kegel: sente-se na bacia e comece a urinar, então interrompa o fluxo do xixi contraindo os músculos do assoalho pélvico. Conte até 5 segundos e relaxe contando até 10. Faça isso cinco vezes sempre que for urinar.

Arroto sonoro
Alguns homens consideram esse ato da época em que se comia javali in natura como normal hoje. Embora mulheres evoluídas e civilizadas tenham opinião diferente, o arroto às vezes escapa. A versão mais ingênua nasce do ar engolido quando você come ou bebe. Piora se você comeu muito rápido, mascou chiclete ou sugou por um canudo. A solução é mastigar mais devagar e procurar não falar durante as refeições. O arroto também resulta de processos digestivos. Para se livrar desses, você deve descobrir quais alimentos provocam maior fermentação no seu estômago, o que varia de pessoa para pessoa. Comece a prestar atenção nas frituras — elas geralmente são culpadas. Dois ou três arrotos até 1 hora depois da refeição são normais — apesar de nada bonitos. Uma pessoa arrota cerca de meio litro de gases por dia. Feche a boca, ponha a mão na frente e desculpe-se. Mas, se eles persistirem durante o dia, mesmo longe das refeições, eis um indício de úlcera ou refluxo

Queda de cabelo
Há períodos em que seus fios despencam feito folhas no outono — e geralmente não escolhem estação para isso. É bom você saber que todos eles caem mesmo. “São cerca de 100 fios por dia, com períodos de maior e menor queda”, explica o dermatologista Arthur Tykocinski, especializado em queda de cabelo, de São Paulo. “Quando o metabolismo diminui, perdemos mais. O cabelo é supérfluo para nosso organismo, e, havendo necessidade de cortar gasto, será um dos primeiros a ser deixado de lado.” Sempre que a queda for muito intensa e prolongada ou, principalmente, quando houver também um afinamento e perda de volume, procure um dermatologista. Como medida paliativa, use um xampu anticaspa e não faça rabo de cavalo, o que pode acelerar o processo. Evite fazer escova, colocar apliques e prender os fios com grampos.

Bafo da morte Pode-se dizer que a boca é a porta de entrada para um relacionamento, seja ele amoroso, de trabalho ou mesmo uma amizade. Já pensou se essa porta estiver com cheiro de fim de feira? Muitas vezes fica difícil perceber o próprio mau hálito, mas desconfie se as pessoas oferecerem balinha o tempo todo. Em 90% dos casos, a origem da halitose está na boca ou perto dela, na garganta. “Um dos tipos mais comuns é produzido pela saburra, placa bacteriana localizada na parte de trás da língua”, diz Maurício Duarte da Conceição, da Clínica Halitus, em São Paulo. Então, escove também a língua. Há ainda outras fontes para o cheiro ruim na boca: Comida Alimentos como alho e cebola contêm óleos que, depois de digeridos, entram na corrente sanguínea e são liberados quando você respira. Maneire na quantidade. Outros são parceiros da boca, como a salsa, que é rica em clorofila, neutralizador do cheiro ruim. Cigarro Fumar pode deixar a boca mais seca e trazer problemas de gengiva, duas causas comuns de halitose. Infecções Sinusite e infecções respiratórias causam mau cheiro. Muito tempo sem comer Na ausência de carboidrato, o organismo produz quetonas, ácidos queimados como combustível. Esses ácidos cheiram como aquela carne esquecida na geladeira. Por isso, nada de jejum prolongado.

Suor em excesso
Aquelas rodelas de pizza embaixo do braço vão, literalmente, manchar seu visual. Na academia, vá lá. Mas, se você fica com a axila molhada quando toma um chope com as amigas ou passeia no ar condicionado do shopping, pode sofrer de hiperidrose. Dentro da sua pele há músculos que apertam o bulbo onde fica o suor, liberando o líquido. “Se os nervos que controlam esses músculos são estimulados demais, o corpo passa a produzir suor mesmo quando não há necessidade de refrescar-se”, explica Mehmet Oz. Há duas formas principais de combater a hiperidrose. Uma delas é uma cirurgia, chamada de simpatectomia torácica, que interrompe a ação de parte desses nervos. Trata-se de um procedimento simples. Outro tratamento é a aplicação de Botox nos músculos, paralisando seu efeito temporariamente. Mas as situações normais podem ser controladas mais facilmente:

>> Escolha roupas de fibra natural como algodão e lã, que deixam a pele respirar com mais facilidade. O mesmo vale para os pés. Prefira meias de algodão e sapatos de couro. Se for preciso, troque de meias duas vezes por dia.


>> Peça para seu médico dermatologista prescrever um desodorante manipulado com hidróxido de alumínio.


>> Lance mão de técnicas de relaxamento para reduzir seu nível de stress, que pode estimular o espasmo dos músculos ligados às glândulas sudoríparas. Não conhece nenhuma? Contar até 10 (ou 20, 30...) nos momentos de tensão funciona de verdade.


Ronco
Tudo corre bem na sua primeira noite de amor com o príncipe encantado. No meio da madrugada, porém, você acorda e vê o coitado com o travesseiro sobre a cabeça. É a senha de que, quando você dorme, parece um caminhão engatando a primeira marcha. Além de antirromântico, o ronco é considerado problema de saúde. “Ele leva à síndrome da apneia do sono, com reduções ou mesmo paradas respiratórias temporárias”, diz Alexandre Bié, coordenador do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. “Isso causa cansaço, sonolência diurna, irritabilidade e até alterações metabólicas e cardiovasculares, já que o roncador dificilmente entra na fase REM do sono, quando há maior relaxamento.” Algumas atitudes evitam o ronco: perder peso, dormir de lado e, antes de dormir, fazer refeições leves e não tomar álcool. “Aqueles dilatadores nasais vendidos em farmácia aliviam um pouco”, diz Bié. Mas acorde antes do seu namorado para arrancar aquilo.

Ic, soluço
Durante o almoço com o chefe, lá vem ele — e não dá para disfarçar. O soluço é uma contração involuntária do diafragma. “Pode ser causado por diversos fatores, em geral ligados à alimentação. Uma situação comum é uma grande diferença na temperatura do que se come”, explica o gastroenterologista Mário Kondo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Pode também acontecer quando exageramos na quantidade de comida e o estômago fica distendido ou ao ingerir pimenta, que irrita os nervos que controlam o diafragma, músculo envolvido na respiração. Levar um susto não funciona. Cante mentalmente o hino do seu clube sem respirar. Ou se esconda no banheiro até que passe. Costuma levar apenas alguns minutos.


Fonte: MdeMulher

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