Descubra qual o tipo do seu e aprenda a corrigir eventuais problemas para garantir um aleitamento tranquilo.
Os que tendem a provocar mais empecilhos são o plano e o invertido. “Quando o bebê vai iniciar a mamada, ele utiliza a língua para pressionar o mamilo contra o palato, fazendo o leite escorrer. Bicos planos ou invertidos não são suficientemente salientes e, por isso, o pequeno não consegue alcançar o mamilo para realizar a pressão”, explica a consultora em amamentação e doula, Livia Teixeira, fundadora do Consultório de Aleitamento Materno (CALMA).
Os mamilos alongados, mais raros, também podem promover complicações durante as mamadas. “Há casos em que o bebê, especialmente se for pequeno, apresenta reflexo de vômito ao fazer a pega, ou abocanha só o mamilo, o que favorece a formação de fissuras”, conta a pediatra Maria Beatriz Reinert do Nascimento, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria. Já os mamilos normais são o tipo ideal para a amamentação.
Qual o meu?
Veja algumas dicas para reconhecer qual é o formato do seu mamilo.
Normal
É
o tipo mais comum entre as mulheres. “Trata-se do mamilo que se
exterioriza pelo menos um centímetro em relação à aréola, sem a
necessidade de estímulos”, esclarece o mastologista Anastasio Berretini,
Presidente da Comissão de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira
de Mastologia.
Plano
Trata-se
do mamilo que está praticamente na mesma linha da aréola, nota-se
apenas o seu desenho, mas ele não é projetado. Quando estimulado, este
bico pode ou não ficar mais
Invertido
Este
mamilo não é visualizado, pois fica posicionado dentro da aréola. “Há
dois tipos de mamilos invertidos. Um, mais raro, é o invaginado, ou
verdadeiramente invertido, que não pode ser alterado. Outro é o mamilo
retrátil ou umbilicado, que pode ser projetado para fora ao ser
estimulado com movimentos entre os dedos”, diferencia Nascimento.
Comprido ou alongado
Trata-se
de um mamilo muito saliente. O melhor momento de confirmar se este é o
caso do seu é a hora de amamentar, porque vai depender da proporção do
mamilo que é abocanhada pela criança. “Se o bebê pegar apenas o bico,
então se trata de um mamilo alongado”, explica a enfermeira Grasielly
Mariano, pesquisadora na área de aleitamento materno e autora do livro
“Socorro, eu não sei amamentar”.
Caso você suspeite que o seu mamilo enquadra nos tipos que dificultam o aleitamento, não se desespere. “Isso não é determinante para o insucesso da amamentação”, tranquiliza Teixeira.
A primeira recomendação para as grávidas é conversar com o seu médico sobre o assunto, ainda durante os exames de pré-natal. “É importantíssimo que a assistência seja individualizada, porque não há receita que caiba para todas as mulheres e também para todos os bebês”, explica a enfermeira Isilia Silva, professora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
Além dos médicos, os consultores em amamentação também auxiliam as mamães a oferecer o peito de maneira satisfatória. Entre as orientações destes especialistas para casos de mamilos invertidos, estão: o uso de bomba de sucção manual ou seringa plástica com o embôlo invertido, que podem ajudar na projeção do mamilo, além do uso de conchas com um furo central, para posicionar o bico, tornando-o mais saliente. Já para quem tem mamilos planos, algumas das primeiras recomendações dos profissionais são: a aplicação de compressas frias mamilares e massagens na região da aréola e do mamilo.
Se o seu tem o formato alongado, a recomendação é esperar o bebê ficar mais velho. “À medida que ele cresce, vai aumentando o volume que consegue abocanhar, com a musculatura da boca mais fortalecida. Enquanto isso não acontece, a mãe pode se valer da ordenha do leite e oferecê-lo ao filho em um copinho ou xicara”, sugere Silva.
Os hormônios da gestação irão auxiliar na preparação dos seios para a amamentação, especialmente quando o mamilo for plano ou invertido. “Uma das modificações é que o volume da mama aumenta e os seios maiores vão fazer com que as regiões da aréola e do mamilo se sobressaiam”, justifica Silva.
A pega está correta?
Ao amamentar, é importante ficar atenta a alguns aspectos para saber se o bebê está se alimentando corretamente. Ao se preparar para dar de mamar, a barriga da criança deve estar encostada na sua e a cabecinha, exatamente na altura da mama, sendo que o nariz do pequeno deve ficar apontado para o mamilo.
Antes de amamentar, observe, também, se a aréola não está muito rígida. “O tecido mamário precisa estar macio para que o bebê possa abocanhar a aréola”, conta o pediatra Marcus Renato Carvalho, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Portanto, caso note que a região está endurecida, ordenhe um pouco do leite até que ela fique macia e, depois, ofereça o seio ao bebê.
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